Categoria: Caderno Cultural

  • Uma sociedade com menos medo

    Capítulo 4 (Uma sociedade com menos medo) de O Medo Humano. Leia desde oCapítulo 1

    Jamais teremos uma sociedade humana melhor que a civilização ocidental. Uma união improvável de uma moralidade sublime e inalcançável, decorrente de uma pequena sociedade do oriente médio, mais um sistema jurídico racional, decorrente de um império em decadência, e uma filosofia da busca da verdade absoluta, gerada por alguns radicais que viveram em desconformidade com a sociedade deles, sendo que o pioneiro desta filosofia precisou morrer envenenado para cumprir com autoridade o que pregava. Essa união improvável criou arte com características quase eternas, um sistema de auxílio aos mais pobres jamais alcançado pelo mais bondoso dos governantes, a sensação de pertencimento ao grupo mantendo a total responsabilidade individual pelos atos humanos.

    Essa sociedade evoluída prova-se justamente por não só aceitar, mas receber maduramente as críticas ao próprio sistema, coisa que não se vê nos sistemas socialistas e islâmicos atuais. A crítica, nesses sistemas, normalmente é recompensada com a morte. A civilização ocidental prova-se mais madura que qualquer outra justamente por aceitar críticas. No entanto, essa mesma sociedade padece por não ter defensores corajosos. O medo dos defensores transforma-os em fantoches de si mesmos, alimentados pela sensação de esperança vazia, como se magicamente tudo fosse melhorar. Não vai melhorar. Só vai piorar.

    menos medo

    Uma pequena melhora pontual é possível mediante uma luta terrível, custosa, sangrenta e dura. Para se construir algo, é muito mais difícil que destruir. Veja-se a Escola de Frankfurt, que prega a destruição de tudo o que há. Destruição por destruição. É o ser humano agir como o Diabo. Às vezes, creio que até o Diabo tenha inveja de alguns seres humanos, que se empenham em destruir os outros com mais força que os demônios.

    Melhoras pontuais são realizadas com esforço e dor. Com gasto de dinheiro, com lágrimas, com sangue. Cada melhora deve ser comemorada, para que o entorno (principalmente seus filhos) entendam a necessidade de celebrar o que é bom. Não é à
    toa que as maiores festas da civilização ocidental são o Natal e a Páscoa. O nascimento
    do homem perfeito e a morte substitutiva do mesmo.

    Um início de melhora é feito, primeiramente, com a noção do que é bom, e posteriormente, com a alocação da coragem necessária para tal ato. Ter noção do que é bom já é, por si mesmo, tarefa complexa. É necessário entender-se, com raciocínio e sentimentos, o que é bom para todos. O governo dar coisas para todos é ruim, já que isso virá do trabalho de alguém, retirado na marra por meio de impostos. Liberdade para cada um procurar o trabalho que lhe apetece é bom, já que cria a sensação de responsabilidade individual. Pesando-se as consequências dos atos imaginados (e vendo a história, é claro), percebe-se o que é bom e o que é mau. Mas não devo pensar que é fácil distinguir.

    Existem atos que parecem bons, e outros que parecem maus. É justamente a experiência própria, e a análise da experiência de outrem, que mostra quais atos específicos são bons e quais são maus. Difícil, mas não impossível. Podemos chegar ao
    ponto de criar verdadeiros fluxogramas mentais para se imaginar a consequência de cada ato, para se entender se o ato é bom ou mau. Isso nos mostra que o ato deve ser bom em cada fase, para que se termine bom. Se, em algum momento, ele se tornar mau, corromperá tudo o mais após ele. Cada acontecimento posterior já está envenenado, e deve ser extirpado o quanto antes.

    O segundo elemento, a coragem, é erroneamente entendida. Pensa-se na coragem de uma briga, na qual nenhum dos contendores foge. Embora possa haver bastante coragem nesse ato, não é aí que a mesma reside como em sua própria casa. Ela reside
    no coração de quem faz o que quer fazer e mantém o ato até o final, crendo ser o melhor. Se a coragem reside ali, é ali que a bondade deve residir junto. Bondade sem coragem é omissão pesarosa, coragem sem bondade é força cooptada para o mal.

    Boa parte dos atos humanos são direcionados pelo medo. O que se viu na quarentena foi justamente as redes de televisão incutindo medo diuturnamente com o vírus chinês, para muitos fins. Para manter a audiência alta, é um destes fins, já que a internet roubou a audiência de muitos. Aí aparece um novo medo: o medo da liberdade.

    No Brasil a grande mídia (ou velha mídia, de acordo com aquele que opina) tem medo da liberdade de escolha do consumidor. Tamanho é esse medo que a mídia usa o medo para dominar. Como o ser humano naturalmente dá ouvidos a notícias ruins, pois alerta o senso de autopreservação, é mais fácil dar audiência para as mesmas notícias ruins, ao invés das boas. Criando-se noticiários frequentes para apavorar as pessoas (o que gerou recorde de suicídios e doenças mentais), instilou-se mais medo, que forçou as pessoas a assistir mais noticiários ainda. Tamanho foi o estrago que somente poderemos ter noção disso daqui a uns anos.

    CONTINUA …

    PorMarcio Pinheiro

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  • Maturidade

    Maturidade

    Capítulo 3 (Maturidade) de O Medo da Humano. Leia desde o Capítulo 1

    Voltando ao assunto, temos a continuidade do comportamento medroso, que imagina coisas que, provavelmente, jamais ocorrerão. Imaginar que algo terrível vai acontecer, mesmo sem evidências do mesmo, gera um espírito de pânico que, não gerenciado, cria uma síndrome, ou depressão, ou outra doença da alma. Esse medo, alimentado diariamente, cria prisões desnecessárias, que impedem o aproveitamento da própria vida de modo mais saudável, já que a pessoa não permite a si mesma que saia de casa, ou que frequente um local, ou que divirta-se com coisas simples.

    O ser humano, portanto, vive pelo medo ao não ser maduro. Quando inicia o doloroso processo de amadurecimento, precisa quebrar diariamente um pedaço desta estátua de mármore chamada medo, que possui um núcleo muito rígido, terrível de se alcançar. A maturidade vai ocorrer, justamente, ao se aceitar o medo, e após aceitá-lo, começar a controlá-lo aos poucos. Ato por ato, fato por fato, um de cada vez, progressivamente.

    O mais conhecido processo de amadurecimento é ter um dependente. Ter um filho, na maioria das vezes. A pessoa passa a considerar aquele ser indefeso como alguém necessitado de cuidados, o que força uma maturidade de se preocupar com o bem-estar de outro, e agir de modo condizente a protegê-lo e alimentá-lo. Isso requer um comportamento mais comedido e controlado, a busca por um trabalho que pague valores maiores sem incorrer em riscos desnecessários (ou, pelo menos, riscos que se possa controlar), de modo que se gere, internamente, um sentimento de confiança em si próprio, para que se viva de modo mais tranquilo, e se aproveite a própria vivência com os dependentes.

    É aí que a pessoa pode verificar essa maior diferença: seu dependente padece de medos absurdos, notadamente trabalhados nos sonhos, enquanto que o maduro terá seus medos mais realistas, ou desejos não realizados, também nos sonhos. O sonho acaba como uma ferramenta para trabalhar seus medos, ansiedades e desejos, retratando o que ocorreu no dia, envolto em emoções descontroladas. A maturidade vai tornando a vivência mais saudável, já que, por medir as consequências, as pessoas freiam seus próprios atos, ao se imaginar que os mesmos podem ser encarados como
    violação do espaço alheio, o que incorre em quebra de confiança. Essa quebra de confiança gerará prejuízos, já que um quebrador de confianças acabará sozinho. Sendo
    um animal político, o ser humano maduro prefere sofrer um pouco, para não quebrar confianças, e não ficar só. O medo de ficar só acaba gerando um comportamento até salutar, mas pelo motivo errado. O motivo do medo.

    Pensar e agir de modo salutar, através do raciocínio, torna-se objetivo a ser buscado na maturidade. Antes da maturidade, o medo é que vai gerar atitudes positivas, às vezes, como o medo de ficar sozinho já mencionado. Mas viver pelo medo nunca será bom. Essa noção de bom e mau é construída pela sociedade do entorno da pessoa, mas não impede que a pessoa mude essa mesma sociedade, já que ela faz parte da mesma. Noções sublimes de bondade já foram enunciadas pelos antigos, sobretudo na Bíblia, o
    que mudou radicalmente sociedades inteiras. Antes do cristianismo, qualquer pessoa que ouvisse alguém aconselhar a fazer o bem sem esperar nada em troca ganharia risadas. De sarcasmo.

    Vivemos de modo a diminuir a sensação de medo, criando confortos psicológicos como dinheiro guardado na conta bancária, bens imóveis alugados, seguros de veículos e outros pormenores. Já em outros momentos, nos comportamos de modo a gerar um sentimento de admiração do outro para nós, para nos sentirmos importantes. É justamente nesse desejo que muitos são manipulados. Se sentir importante é um desejo de praticamente todo ser humano. E na busca desta emoção, as pessoas criam mentiras para si mesmas, e repetem-nas para todos, tentando fazer crer que aquilo corresponde à verdade.

    Nesse raciocínio, vemos que os atos humanos acabam, muitas vezes, se dirigindo no mesmo sentido: medo de não se sentir importante; mentir a si mesmo para se sentir importante; parecer importante e continuar ocultando seus medos. Não é à toa que chamam os mais íntimos medos de demônios pessoais. É o mal, encarado sozinho, numa sala escura, no qual a pessoa nada tem, além de si mesma e de suas verdades pessoais, que serão quebradas uma a uma no enfrentamento. O que sai desta sala escura é um ser humano com menos medo, com o couro duro, mas sem perder a gentileza. Um conjunto de 100% corajoso com 100% gentil, no qual cada momento pede uma aplicação de quantitativos de coragem e gentileza no trato humano diário.

    A destruição progressiva é palpável no rosto do medroso. Parece que não só transparece no rosto, mas altera seu próprio semblante, criando-se bolsas de pele ao redor dos olhos e decaimento dos lábios, que mal sorriem verdadeiramente. Apenas sorrisos forçados, para tentar viver amigavelmente, e evitar agressões alheias. A sorte de muitos é que a civilização ocidental é pautada no princípio da não-agressão. Os que
    vivem contrariamente a este princípio são marcados socialmente pelas famílias do entorno, criando uma aura de desconfiança automática. Essa aura chega a ser ensinada de pai para filho, com relação ao trato da pessoa que vive em desconformidade com o princípio da não-agressão.

    CONTINUA …

    Por Marcio Pinheiro

    maturidade

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    vivendo o medo
  • A Vida Secreta de Fidel: um comunonazifascista latino-americano

    A Vida Secreta de Fidel: um comunonazifascista latino-americano

    Resenha e dissertação sobre o livro “A Vida Secreta de Fidel”, por Fito.

    Quando Juan Reinaldo Sánchez conseguiu fugir de Fidel Castro para os EUA, trouxe à luz revelações espantosas, como a ilha “particular” de Fidel em Cuba (como se toda a Cuba não fosse sua propriedade). O mais importante, contudo, foi a demonstração de que o comunista, enquanto líder, é idêntico a um líder nazista ou a um líder fascista. Nada muda.

    O comunismo é uma ditadura em torno da ideologia do proletariado contra a burguesia. No nazismo, os inimigos são as raças inferiores. No fascismo, o inimigo são os países burgueses. Simplificação rasa, mas suficiente para prosseguir. Os totalitarismos coletivistas, revolucionários, esquerdistas, socialistas etc. estão descritos fielmente na pessoa de Fidel (trocadilho involuntário), que Juan cuidou mais do que a própria vida. Ser guarda pessoal de Fidel por dezessete anos mostrou ao mesmo que a vida do ditador era nababesca e cheia de frivolidades, ao mesmo tempo que o ditador sustentava guerrilheiros. Até Lula é mencionado, em sua visita em 1989, um ano antes de criar o Foro de São Paulo (quiçá foi nesta reunião que idealizou-se tal grupo).

    Fidel era comunista, pois levava o povo a combater a burguesia. Era nazista, pois sustentava a superioridade espanhola, enquanto perseguia e matava negros e homossexuais. Era fascista, pois pregava que seu país deveria lutar contra os países burgueses (EUA, por exemplo).

    Afagado pela mídia internacional, Fidel é descrito em minúcias que somente quem vivia colado ao ditador poderia dizer. E como sempre, Juan foi traído pelo ditador, como sói acontecer com quem discorda uma vírgula do pensamento castrista. Ou Maoísta. Ou Stalinista. Ou Leninista. Ou Polpotista. Ou Hitlerista. Enfim, totalitário.

    A leitura é mais leve do que se imagina, levando em conta a descrição dos atos perpetrados pela pessoa de Fidel, bem como os discursos (longos, por sinal) em que Fidel se colocava como um herói acima do bem e do mal. O autor mostra, sem levar em conta disso, que está descrevendo o padrão comportamental de todo líder socialista que já passou por esta Terra.

    A leitura vale cada real pago.

    Onde comprar “A Vida Secreta de Fidel”?

    Link na Amazon

    Jornal Grande ABC

    A Vida Secreta de Fidel

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  • Vivendo o medo

    Capítulo 2 (Vivendo o medo) de O Medo da Humano. Leia o Capítulo 1

    Viver em liberdade significa dominar o próprio medo. O medo de morrer, o medo de ser preso, o medo de não ter o que comer ou beber, o medo de ser humilhado, o medo de não parecer importante, o medo de ser isolado, o medo de não ser aceito.

    A luta pela liberdade é uma luta contra o medo. Não que não tenhamos que ter medo. Algum medo é necessário, para que o ser humano não se comporte de modo temerário, arriscando desnecessariamente a própria vida. Mas o medo que ultrapassa o instinto de autopreservação já é, por si só, negativo. Assumir o risco é parte de controlar o medo, e ser, finalmente, adulto.

    A maturidade ocorre quando se domina o medo. Cristo dizia para sermos perfeitos como o Pai celeste. Originalmente, no grego, Cristo nos mandou sermos completos em desenvolvimento, ou seja, maduros, adultos, como o Pai celeste é. Esse é o significado do “perfeito” mencionado. Para sermos maduros como Deus, temos que fazer aquilo que Deus faz, ou seja, fazer o que é certo, pensando nas consequências dos atos.

    Deus não dá as coisas ao ser humano, mas capacitou-o a fazer o que é correto. Se Deus desse aos seres humanos alimentos diários, vindos do céu, o ser humano jamais seria responsável por si, já que não necessitaria lutar para conseguir suprir suas necessidades a curto prazo, nem de seus dependentes. Assim, o ser humano maduro é consciencioso das consequências de seus atos, agindo corretamente, mas nunca fazendo pelo outro aquilo que o outro pode fazer por si.

    Mais uma vez permeia a emoção do medo na relação entre pessoas, já que não se sabe qual será o comportamento alheio. A ausência de confiança gera um novo medo do desconhecido, criando-se barreiras emocionais que impedem um relacionamento de entrega ao outro, para que o outro supra as suas necessidades, e eu, as dele. Aos poucos, o tempo vai provando quem merece um grau maior desta confiança. Mas pelo fato do ser humano ser falho, invariavelmente haverá um novo erro, que quebrará a confiança.

    Uma saída adotada por muitos é não esperar nada de bom. Esse “pessimismo” é criado para que a pessoa não sofra por confiar e ter sua confiança quebrada. Se não se deposita a confiança em ninguém, não haverá quebra da mesma. Vivendo num sistema interno de que “todos vão errar, inclusive eu”, não se deposita a confiança em ninguém. Claramente, em algum momento haverá necessidade de confiar, pois mesmo o ser humano mais desconfiado, ao entrar em um supermercado e comprar um quilograma de açúcar, não vai abrir o pacote para provar se é açúcar mesmo. Ele confia que o conteúdo é o que indica na embalagem. Algum grau de confiança haverá sempre.

    É nesse momento que o ser humano coloca em Deus a confiança. Por ser Deus (não importa a religião ou filosofia de vida) um ser supremo que não erra, a confiança depositada no mesmo terá a garantia de não ser violada nunca. Se um ser não erra, ele não trai a confiança. Esse é o raciocínio que o ser humano usa para se tranquilizar, já que tem medo disso também.

    CONTINUA …

    Por Marcio Pinheiro

    O MEDO

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    vivendo o medo
  • O Jardim das Aflições: o sofrimento de estar só

    Resenha autoral sobre o livro O Jardim das Aflições; Twitter do autor

    A Magnum Opus do filósofo Olavo de Carvalho é o introito perfeito para a abertura do Caderno Cultural do Jornal Grande ABC: o jardim no qual Cristo esteve só, em seu sofrimento.

    Olavo de Carvalho nos traz uma ideia original, como parece ser do seu feitio, em que a humanidade busca a nova realização do império universal a cada geração, inconscientemente agindo neste objetivo. Mas me salta aos olhos outro aspecto da obra Olaviana (embora há quem diga Olavista): a solidão tão própria daquele que é chamado por Deus para realizar algo.

    No Evangelho Segundo Mateus, capítulo 26, versículo 39, está escrito (Bíblia Literal do Texto Tradicional, de Hélio de Menezes Silva): E, havendo Ele ido um pouco mais adiante, prostrou-se sobre o Seu rosto, orando e dizendo: “Ó Meu Pai, se possível é, passa para longe de mim este cálice; no entanto não seja como Eu quero, mas como Tu queres”.

    Este é o chamado que Olavo recebeu, e nos convida: a vida intelectual é uma vida espiritual de transformação dolorida, um tormento na alma, em que a solidão só cresce, diminuindo-se a si mesmo ao ponto de quase desaparecer. Então surge uma luz na alma, que faz aproximar aqueles que amam a sabedoria. E a solidão começa a
    desaparecer, pois o amor de Deus faz jorrar amor de si mesmo e de volta dos outros
    que buscam a Luz.

    Olavo é um alquimista sem saber que é. O Mutus Liber diz, em latim, que “Ore, leia, leia, leia, releia, trabalhe e encontrarás”. É o que vemos surgir da obra O Jardim das Aflições, pois o autor precisou passar seu próprio jardim para destroçar a si mesmo, até que pudesse aceitar o que Deus determinou, e surgir dali como outra pessoa que,
    embora a mesma, fosse totalmente diferente para si e para os outros.

    Em minha pequena busca intelectual, li a obra em um momento tão quebrado de mim mesmo que enxerguei a dor humana junto da minha, e parei de questionar o mal que me sobrevinha. Dali, tudo melhorou, pois mudei. Este chamado de Olavo de Carvalho está na obra, embora seja complicada de enxergar. Talvez a mudança de mentalidade do leitor venha em seu próprio ritmo, mas vem de todo jeito.

    Indico também o filme de mesmo nome, de 2017, no qual a tranquilidade de alguém que sabe quem é e o que não é, é o que mais transparece na tela.

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    O jardim das aflições
  • O Medo Humano

    Entendendo o medo – Capítulo 1

    O ser humano é medroso, fraco e implora por controle. Ele busca alguém para controlar a vida dele, para que ele não seja responsável por seus atos, sendo mais cômodo viver assim. O ser humano, nesta escravidão auto imposta, vai em busca de alguém para controlá-lo, de geração em geração. Quando o ser humano atinge o nível de querer, buscar e até lutar pela liberdade, ele cria um novo padrão de comportamento que dura algumas décadas, no sentido de se manter livre. Às vezes, até lutando novamente por isso. No entanto, a vida fácil decorrente desta liberdade cria confortos que acostumam as gerações posteriores com facilidades, mas não mostra para eles a luta necessária para a tal liberdade. Assim, uma nova geração clama por ser controlada, em cada um de seus atos, e acredita que ainda é livre, só porque não está dentro de um presídio. A cada geração, a noção de liberdade diminui, ao ponto de se tolerar, e até pedir, que um governante mande na vida íntima do ser humano.

    Para dar uma aparência de liberdade, tolera-se o pior desta. Não só se toleram, mas fomentam-se comportamentos livres que geram prisão, como libertinagem sexual, na qual o ser humano pode tudo. Esse desvario gera um vício comportamental que exige mais do mesmo, de modo que se cria uma prisão em torno de vícios sexuais. Isso cria uma espiral comportamental que suga a essência vital do ser humano de modo que ele busca mais sexo para compensar o excesso de sexo, tal qual um cocainômano consome mais cocaína para compensar a falta de cocaína. Quanto mais o tempo passa, mais difícil é sair deste redemoinho, que gira para dentro e para baixo.

    Em tempos de quarentena social, decorrente do vírus chinês, vimos que as pessoas que mais falavam em liberdades ficaram quietas, amando a experiência totalitária de ficar preso em casa, enquanto que os lutadores da vida real, sobretudo os mais pobres, morrem de inanição. Pais de família vendem balas nos semáforos. Quando um homem adulto trabalha como ambulante, o problema é mais grave, pois uma pessoa com mais qualificações profissionais trabalhando no semáforo significa que meninos que faziam isso estão, na melhor das hipóteses, lutando para sobreviver perto de suas próprias casas.

    Caiu como uma pedra na cabeça de muitos o comportamento dos “tolerantes”, que agem a favor de quarentenas e bloqueios sociais. Chegou-se ao ponto de pessoas comportarem-se como sovietes, denunciando seus vizinhos por não estarem de máscaras quando saíam às ruas. Acostumados a ter facilidades que não entendem, como ir ao supermercado e encontrar diversas marcas de um único produto, entram em pânico ao não encontrarem o que queriam. Ficam tristes por não terem a marca que gostam. A classe média não está passando fome, mas está em pânico.

    De forma alguma penso em termos negativos ou positivos com a classe média. É somente a média da sociedade, que vive em residências próprias ou alugadas, em bairros comuns, com automóveis comuns, empregos comuns, vidas comuns, filhos comuns, religião cristã genérica e sensação de fazer o que é certo por ajudar algumas pessoas de vem em quando. Não há qualquer sarcasmo (ou outro sentimento) nisso, apenas a descrição exata do que eu vejo, com as palavras exatas que me ocorrem.

    O tal medo humano fez com que governantes, que normalmente não sabem o que fazer, fizessem errado: criando sistemas de proibição de circulação de pessoas, veículos, atividades econômicas, de modo que a economia rola escada abaixo sem qualquer tipo de freio. E economia não é um número, um índice, um percentual. Economia é um trabalhador colocando um prato de comida na mesa de jantar, com o dinheiro que recebeu por seu trabalho suado. Isso é a economia que é tratada na presente obra. Nada mais, nada menos.

    Esses mesmos governantes, atuando com os outros medrosos que têm cargos públicos, usam o seu próprio medo para impor medo aos outros, gerando cenas revoltosas mostradas pela internet: prisões arbitrárias de transeuntes que estavam sozinhos em praias, determinando a retirada de bandeiras do Brasil das janelas dos veículos etc. Este último tem uma razão de ser: por ser um ato de apoio ao atual presidente, governadores estaduais, com raiva, inveja e, por que não, medo, mandavam seus agentes de segurança pública tirar tais bandeiras. Esses agentes deveriam prestar continência à bandeira, mas retiraram-nas. O medo dos governantes e dos agentes públicos em geral criaram comportamentos opostos ao que deveria ser feito.

    As pessoas, com medo, foram mandadas para delegacias, nas quais os agentes de segurança autuavam por atos que não são crimes, para gerar mais medo. Como é impossível prender milhões ao mesmo tempo, prende-se apenas os primeiros, gerando um efeito manada, criado pelo medo humano de sofrer, o que por sua vez gera o comportamento de acatar e aceitar as opiniões ditatoriais de certos governantes. Mas para lutar contra isso, é necessário domar o medo, pois até a liberdade assusta.

    CONTINUA … Leia o Capítulo 2

    Por Marcio Pinheiro

    O MEDO

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