O futuro do trabalho: como a inteligência artificial e os robôs estão moldando nossas vidas profissionais

O futuro do trabalho: como a inteligência artificial e os robôs estão moldando nossas vidas profissionais? Por William Adriano de Andrade de Almeida

Estamos vivenciando um dos momentos mais transformadores da história do trabalho. O avanço da Inteligência Artificial (IA) e da robótica está remodelando a forma como produzimos, interagimos e até pensamos sobre nossas carreiras. Vemos de perto essa revolução acontecendo nas fábricas, nos escritórios e até nas nossas casas. Como uma pessoa ativa na área sempre sou questionado: será que meu trabalho será substituído por máquinas? 

Essa é uma pergunta importante e a resposta não tão simples. No entanto, acredito que estamos diante de uma grande oportunidade: ressignificar nossas carreiras e focar naquilo que nos torna essencialmente humanos. O futuro não é apenas sobre máquinas; é sobre o que fazemos com elas. 

Revolução Industrial 4.0

Não é exagero afirmar que estamos vivenciando a Quarta Revolução Industrial. Segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial de janeiro de 2025, estima-se que até 2030 cerca de 170 milhões de novos empregos serão criados em setores ligados à tecnologia, demografia e economia, enquanto aproximadamente 92 milhões de vagas poderão desaparecer. Isso indica que, embora funções repetitivas e operacionais sejam cada vez mais automatizadas por robôs e sistemas inteligentes, haverá um crescimento significativo de oportunidades para profissionais com habilidades voltadas à criatividade, pensamento crítico e inteligência emocional.

Se voltarmos um pouco no tempo, veremos que a automação já esteve presente em diversas revoluções industriais. Quando as máquinas a vapor surgiram, muitas funções manuais foram substituídas, mas novas profissões nasceram. O mesmo aconteceu com a chegada da informática. Agora, estamos diante de uma mudança de escala maior, mas o princípio continua o mesmo: a tecnologia transforma, mas não elimina a necessidade do ser humano. 

Os robôs devem ser nossos aliados, não substitutos! Trabalhando na programação deles, diariamente vejo como essas máquinas podem ser poderosas, mas também limitadas. Elas realizam tarefas específicas com precisão, mas ainda precisam da supervisão humana para operar, corrigir erros e otimizar processos. 

O futuro do trabalho

Um exemplo claro disso está na indústria automotiva. Grandes montadoras já utilizam robôs para soldagem, pintura e montagem de veículos, mas os engenheiros, técnicos e operadores continuam sendo fundamentais para planejar e garantir que tudo funcione corretamente.  E essa tendência também é vista em outras áreas. Hoje, a IA já está auxiliando médicos a diagnosticar doenças com mais precisão, mas nenhum robô consegue substituir a empatia de um profissional de saúde. No setor jurídico, algoritmos analisam contratos rapidamente, mas ainda precisamos de advogados para interpretar nuances legais. 

A tecnologia está transformando o mundo, mas ela não pode substituir o que fazemos. Os robôs podem executar tarefas, mas somos nós que damos sentido ao que fazemos.  E não devemos nos esquecer disso!

A pergunta que devemos nos fazer não é “será que a IA vai me substituir?”, mas sim “como posso evoluir junto com essa revolução?”. Se há algo que aprendi programando robôs é que as máquinas não são tão boas quanto as pessoas que as operam e que o futuro do trabalho não será sobre a batalha entre humanos e robôs, mas sobre como podemos, juntos, construir algo melhor. 

Sobre o autor deste artigo

Com 15 anos de experiência na área de automação industrial, William Adriano de Andrade de Almeida é um especialista em robótica amplamente reconhecido. Técnico em Automação Industrial pelo Instituto de Educação Tecnológica Avançada da Amazônia, ele possui expertise em programação de robôs de marcas líderes como ABB, KUKA, FANUC e COMAU. Sua atuação abrange indústrias automotiva, eletrônica e metálica, contribuindo para a implementação e otimização de robôs que impulsionam a produtividade e maximizam os lucros.  Hoje, viaja pelo mundo, com projetos realizados em países como Estados Unidos, Argentina, entre outros, desempenhando um papel estratégico na StartUp de robôs – desde a montagem até a operação.

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