Nilvane Machado é Fotógrafa, Assistente Social, Especialista em Psicologia Social Pichoniana, membro do ABCclick e autora de “A FOTOGRAFIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL” e das fotos presentes neste artigo.
Se pensarmos na fotografia como uma escrita pessoal, onde podemos através do nosso pensar, sentir e fazer, traduzir o que passamos naquele momento, podemos chegar à conclusão de que a ela pode mostrar caminhos de elaboração de processos que internamente estão depositado em nós.
“A arte, o ato de criar, a fotografia, bem como as várias formas de linguagem, que têm relação com o sintoma, são formas de se lidar com o vazio e com o sofrimento provocado pela dimensão trágica que, no âmbito da saúde mental, abarcam muitas vezes a existência. (FRANCISQUETTI, 2005)”. Entretanto, tomando a dialética e a citação de PICHON -RIVIÉRE, no processo criador “o sinistro, ao ser elaborado como vivência estética se transformou em maravilhoso”, temos outra dimensão, a do bem-estar, logo que no processo de criação saímos do sinistro para o maravilhoso.
Em 1931, Walter Benjamin no livro “Pequena História da Fotografia” apontava uma ressonância considerável entre o que faz uma fotografia e a interpretação psicanalítica. Para este autor, a fotografia é possuidora de uma potência analítica, sendo capaz de revelar algo oculto à visão.
Nesse sentido, algumas experiências com a fotografia são colocadas em pauta, para atuar no bem-estar psicossocial das pessoas e as experiências abaixo mostram algumas formas de utilizar das imagens e da fotografia para a busca da saúde mental:
Com a fotografia contemplativa precisamos sair do automático e procurar perceber o que está a nossa volta. Essa modalidade com ensinamentos da meditação, embora não tenha cunho religioso, pode ser um resgate a simplicidade. Para Yuri Bittar, fotógrafo e historiador e professor de fotografia contemplativa, é importante observar o presente, fazer reflexões sobre si mesmo e o mais importante, discernir a forma de se ver o mundo e de viver, encontrando na caminhada fotográfica o “flash de percepção”.
O fotógrafo relata que tudo que fizemos antes de conhecer a fotografia contemplativa pode ser até parecido, mas não é de fato tão sensível.
Chögyam Trungpa Rinpoché foi quem deu a base para o que viria a ser a Fotografia Contemplativa. Lama tibetano, saiu do Tibet e passou por vários países, Índia, Inglaterra e, no Canadá onde desenvolveu técnicas de ensinamentos budistas através da cultura ocidental, especialmente por meio do teatro, do cinema e da fotografia.
Foram seus discípulos quem definiram os conceitos da Fotografia Contemplativa. O slogan da fotografia contemplativa “Arte na vida cotidiana e vida cotidiana na arte”, nos mostra muitas perspectivas. Na arte da fotografia temos a busca da inspiração e reflexão e na criação, a oportunidade da saúde mental.
A fotografia está no meu mundo interno e a vontade de melhorar me faz buscar possibilidades de me reconhecer nos registros que faço. Hoje, estando no ABCclick, além da promoção da fotografia através de exposições, concursos, eventos, etc., encontro também o compartilhamento, a troca e as parcerias que contribuem para minha prática, meu processo criativo, como o aprimoramento a técnica e um olhar mais próximo da arte fotográfica.
Nilvane Machado
Assistente Social
Especialista em Psicologia Social Pichoniana
Formada no Método Terapêutico de Formação Teórico Vivencial Escrita Reparadora de Graciela Chatelain
Fotógrafa
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