Museu Afro Brasil Emanoel Araujo e BATEKOO celebram orgulho LGBTQIAPN+ com oficina de formação gratuita
Entre os dias 28 e 29 de junho, a Escola MAB do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e a Escola B, braço pedagógico da BATEKOO, plataforma de ações artísticas, culturais e educativas para a comunidade negra e LGBTQIAPN+, se unem para realizar a OCUPAÇÃO ADÉ DUDU. Então, a oficina gratuita inclui estudos ampliados sobre a produção cultural e a movimentação artística afro-brasileira, celebrando a resistência e a luta da comunidade negra LGBTQIAPN+ contra o racismo, a homofobia e a transfobia.
A programação contará com mesas de diálogo, exibição de filmes e uma oficina de discotecagem exclusiva para o público trans/travesti. Aliás, as inscrições para quem deseja receber certificação pela participação na oficina estarão abertas até o dia 27 de junho no site do Museu. Aqueles que comparecerem sem inscrição prévia poderão participar, mas não receberão certificado.
Para Hélio Menezes, Diretor Artístico do Museu, “há uma sintonia forte entre o MAB e a Batekoo. Essa iniciativa construída em parceria traz um público jovem, preto e dissidente para uma programação muito afim a este momento em que o Museu Afro Brasil expande seus canais de comunicação e troca com as comunidades negras, e a partir delas com a sociedade brasileira mais amplamente”, pontua.
A Ocupação Adé Dudu é uma homenagem ao grupo criado em 14 de março de 1981 por Adé Dudu, em Salvador. Ele deu vida à organização que lutou ao longo de uma década contra o duplo preconceito enfrentado por homens negros homossexuais. Assim, o grupo teve em sua rede grandes nomes como Tosta Passarinho, Ermeval da Hora, Wilson Mandela, Hamilton Vieira, entre outros.
“A Ocupação é uma proposta da BATEKOO para valorizar as memórias e ativar o patrimônio de saberes produzidos por esse grupo. No campo educativo, por meio da Escola B, em diálogo com o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, o grupo amplifica sua missão no que diz respeito ao caráter formativo, encadeando arte, educação e cultura. Baseando-se nas dimensões éticas, estéticas e étnicas, a iniciativa visa dinamizar a produção de conhecimento e formação para atuar nos diversos setores da cadeia produtiva da cultura”, afirma Leonardo Moraes Batista, Diretor de Ações Educativas da BATEKOO.
A abertura da programação acontecerá na Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre 19h e 21h. Portanto, o público acompanhará um diálogo sobre produção artística afro-brasileira e dissidente sexual, conduzido pelos artistas Maré de Matos e Thiago Costa, com mediação da produtora cultural Naymare Azevedo. O objetivo será discutir a produção artística desses dois artistas e como suas relações com a sexualidade, vivida de forma subjetiva, atravessam suas confabulações, rasuras e inflexões no mundo.
No dia 29, a OCUPAÇÃO ADÉ DUDU acontecerá no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, entre 10h e 18h. Assim, a primeira atividade (10h às 11h) será uma roda de conversa sobre ativações de memórias e pesquisas negras e LGBTQIAPN+ na produção artística brasileira, conduzida por integrantes dos projetos Entidade Maré e TRANsarau, com mediação de Naymare Azevedo.
De 11h às 12h30, o Coletivo Bajubá, representado por Alexandre dos Anjos e Yuri Fraccaroli, e a Escola MAB, com Raphaellie Lazaro e Uila Garcia, abordarão a presença LGBTQIAPN+ em espaços de fé afro-brasileiros.
Então, a partir de 15h, serão exibidos dois curtas-metragens: o documentário performance ‘Noite das Estrelas’ (2021), dirigido por Wallace Lino e Paulo Victor Lino, realizado pelo grupo Entidade Maré em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. O objetivo da produção é resgatar a memória cultural a partir de um evento que marcou a comunidade LGBTQIAPN+ dos anos 80 e 90 e homenagear travestis desse período que viveram em uma das maiores favelas do país.
Em seguida, será exibido o documentário ‘Negrum3’ (2018), dirigido por Diego Paulino. Sendo assim, o curta retrata jovens negros celebrando suas existências longe dos estereótipos, do racismo e das opressões que os impedem de serem livres. Esteticamente, o filme se inspira no afrofuturismo, movimento estético, social e cultural que combina elementos da ficção científica com histórias de culturas africanas não-ocidentalizadas.
Por fim, uma Oficina de Discotecagem gratuita com a DJ Kiara Felippe encerrará a programação. Aliás, as vagas são limitadas e destinadas exclusivamente para pessoas trans/travestis.
Sexta-feira, 28 de junho, das 19h às 21h
Diálogos sobre produção artística afro-brasileira e dissidente sexual – Maré de Matos e Thiago Costa, com mediação de Naymare AzevedoEndereço: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo – SP, 01123-001
Entrada: Gratuita
Inscrições até 27/6 pelo link
Sábado, 29 de junho, das 10h às 18h
Endereço do Museu: Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 10, São Paulo – SP (acesso via transporte público ou veículo de aplicativo)
Funcionamento: terça a domingo, 10h às 17h (permanência até às 18h)
Entrada: Gratuita
Inscrições até 27/6 pelo link
Estacionamento (Parque Ibirapuera)
Horário: das 5h à 0h
Acessos para automóveis: Portões 3 e 7
Inaugurado em 2004 a partir da coleção de seu fundador, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido em parceria com a Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Situado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, no Parque Ibirapuera, o museu possui mais de 8 mil obras em um espaço de 12 mil m², e destaca a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais desde o século XVIII até a contemporaneidade, explorando temas como religião, trabalho, arte e escravidão, registrando a influência africana na construção da sociedade brasileira.
A BATEKOO é uma plataforma de ações artísticas, culturais e educativas. Promove festas, cursos, produz conhecimento e informação, desenvolve artistas para inserção no mercado da cultura. Suas ações são pensadas, articuladas e realizadas por e para comunidade negra e LGBTQIAPN+.
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