Enquanto se discute a escala 6x1 no Brasil, país mais feliz do mundo prioriza equilíbrio entre vida pessoal e profissional e é referência em inovação. Na Finlândia não é comum fazer hora extra. Os horários de trabalho também são flexíveis e a carga horária reduzida
Enquanto se discute a escala 6×1 no Brasil, país mais feliz do mundo prioriza equilíbrio entre vida pessoal e profissional e é referência em inovação. Na Finlândia não é comum fazer hora extra. Os horários de trabalho também são flexíveis e a carga horária reduzida
A designer de games Ana Camargo, decidiu fazer uma mudança radical em 2021: trocou a carreira no Brasil para se arriscar no mercado de trabalho da Finlândia em busca de flexibilidade e qualidade de vida. Antes, trabalhava 14 horas por dia. No país nórdico, a jornada diária não ultrapassa sete horas. Assim como Ana, outros brasileiros estão mudando para o país mais feliz do mundo em busca de um estilo de vida mais desacelerado, com jornadas de trabalho reduzidas e uma cultura profissional mais flexível.
Ana Camargo chegou à Finlândia decidida a separar a vida pessoal da profissional. O que ela não imaginava era que a adaptação à nova cultura de trabalho não seria imediata. “Eu me sentia culpada por não estar trabalhando para além do meu horário”, relembra.
A virada de chave aconteceu quando o dono da empresa chamou atenção por ela ter ficado cinco horas além do expediente para a entrega de um projeto. “Fui forçada a entender que a vida era mais que trabalho”, relata. Aos poucos, a designer de games compreendeu que não seria punida por um atraso na entrega. A filosofia de saúde mental deu espaço para novos hobbies, inclusive, esportes de aventura. “Aqui eles dizem que se você não está bem mentalmente não vai ser um bom trabalhador.”
A Finlândia foi considerada o país mais feliz do mundo pela sétima vez consecutiva pelo Relatório Mundial da Felicidade da ONU, e um dos pontos que faz com que as pessoas por lá sejam mais felizes é o equilíbrio saudável de trabalho e lazer. Além da Finlândia, os demais países nórdicos — Noruega, Suécia, Dinamarca — também são referência em legislações trabalhistas avançadas e na valorização do bem-estar dos trabalhadores. Nesses países, as jornadas semanais geralmente variam entre 35 e 40 horas, e há uma forte regulamentação quanto ao descanso.
Segundo Laura Lindeman, diretora sênior e head da Work in Finland, existe hoje uma grande quantidade de profissionais insatisfeitos com o trabalho – seja pelo salário, pelo ambiente organizacional ou relacionamento com o chefe, e carga horária exaustiva, por isso, a Finlândia tem sido um destino para quem está em busca de crescimento e satisfação. “A Finlândia é um país que prioriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a hierarquia horizontal é muito forte e a burocracia corporativa reduzida, o que torna tudo muito mais tranquilo.”
Com mais tempo livre, dados da União Europeia sugerem que os finlandeses são os que mais se exercitam entre os europeus — e são mais propensos a praticar exercícios ao ar livre do que outras nacionalidades, apesar do clima geralmente severo. “O bem-estar familiar e o equilíbrio saudável entre trabalho e lazer permitem que as pessoas aproveitem a natureza única do país e realizem atividades prazerosas e que geram bem-estar”, diz Laura.
As horas de trabalho foram apenas um dos fatores que o Kisi Work-Life Balance Index 2022 considerou quando nomeou Helsinque a terceira melhor cidade para alcançar um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ficar até tarde no escritório não é comum na Finlândia. Os finlandeses chegam ao trabalho no horário, fazem seu trabalho nas horas para as quais foram contratados e vão para casa. Portanto, se você trabalha 8 horas por dia e chega ao trabalho às 8h, é melhor acreditar que sairá às 16h.
A gerente de vendas Bianca Alves, trabalhava em um banco multinacional na capital paulista quando recebeu o diagnóstico de burnout. Após o esgotamento, a jovem se mudou pra Finlândia em busca de uma vida mais desacelerada e se deparou com uma forma de trabalho bem diferente da que era acostumada no Brasil. “Aqui, se você faz hora extra, eles entendem que você pode não ser adequado para a função, pois não está conseguindo realizar as atividades no horário em que foi contratado”, comenta ela, que atua na área de gestão de mercados.
Bianca conta que levou um tempo para se ambientar à nova realidade. Afinal, se diferencia não só na jornada reduzida e flexibilidade, como também no nível de confiança depositado nos funcionários. “Quando o relógio marca 16h é como se passasse um trem dentro da empresa, todo mundo desaparece. Às vezes, eu dou um pulo na praia às 18h. Então, ainda tem muita vida depois do trabalho”, conta.
Vivendo com mais tranquilidade e segurança, ela descarta qualquer possibilidade de retornar definitivamente ao país natal. “Não voltaria nem pelo melhor emprego no Brasil. Essa cultura ‘workaholic’ de sempre fazer mais é algo com o qual não consigo lidar”, afirma.
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