Caderno Cultural

O Medo Humano

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Entendendo o medo – Capítulo 1

O ser humano é medroso, fraco e implora por controle. Ele busca alguém para controlar a vida dele, para que ele não seja responsável por seus atos, sendo mais cômodo viver assim. O ser humano, nesta escravidão auto imposta, vai em busca de alguém para controlá-lo, de geração em geração. Quando o ser humano atinge o nível de querer, buscar e até lutar pela liberdade, ele cria um novo padrão de comportamento que dura algumas décadas, no sentido de se manter livre. Às vezes, até lutando novamente por isso. No entanto, a vida fácil decorrente desta liberdade cria confortos que acostumam as gerações posteriores com facilidades, mas não mostra para eles a luta necessária para a tal liberdade. Assim, uma nova geração clama por ser controlada, em cada um de seus atos, e acredita que ainda é livre, só porque não está dentro de um presídio. A cada geração, a noção de liberdade diminui, ao ponto de se tolerar, e até pedir, que um governante mande na vida íntima do ser humano.

Para dar uma aparência de liberdade, tolera-se o pior desta. Não só se toleram, mas fomentam-se comportamentos livres que geram prisão, como libertinagem sexual, na qual o ser humano pode tudo. Esse desvario gera um vício comportamental que exige mais do mesmo, de modo que se cria uma prisão em torno de vícios sexuais. Isso cria uma espiral comportamental que suga a essência vital do ser humano de modo que ele busca mais sexo para compensar o excesso de sexo, tal qual um cocainômano consome mais cocaína para compensar a falta de cocaína. Quanto mais o tempo passa, mais difícil é sair deste redemoinho, que gira para dentro e para baixo.

Em tempos de quarentena social, decorrente do vírus chinês, vimos que as pessoas que mais falavam em liberdades ficaram quietas, amando a experiência totalitária de ficar preso em casa, enquanto que os lutadores da vida real, sobretudo os mais pobres, morrem de inanição. Pais de família vendem balas nos semáforos. Quando um homem adulto trabalha como ambulante, o problema é mais grave, pois uma pessoa com mais qualificações profissionais trabalhando no semáforo significa que meninos que faziam isso estão, na melhor das hipóteses, lutando para sobreviver perto de suas próprias casas.

Caiu como uma pedra na cabeça de muitos o comportamento dos “tolerantes”, que agem a favor de quarentenas e bloqueios sociais. Chegou-se ao ponto de pessoas comportarem-se como sovietes, denunciando seus vizinhos por não estarem de máscaras quando saíam às ruas. Acostumados a ter facilidades que não entendem, como ir ao supermercado e encontrar diversas marcas de um único produto, entram em pânico ao não encontrarem o que queriam. Ficam tristes por não terem a marca que gostam. A classe média não está passando fome, mas está em pânico.

De forma alguma penso em termos negativos ou positivos com a classe média. É somente a média da sociedade, que vive em residências próprias ou alugadas, em bairros comuns, com automóveis comuns, empregos comuns, vidas comuns, filhos comuns, religião cristã genérica e sensação de fazer o que é certo por ajudar algumas pessoas de vem em quando. Não há qualquer sarcasmo (ou outro sentimento) nisso, apenas a descrição exata do que eu vejo, com as palavras exatas que me ocorrem.

O tal medo humano fez com que governantes, que normalmente não sabem o que fazer, fizessem errado: criando sistemas de proibição de circulação de pessoas, veículos, atividades econômicas, de modo que a economia rola escada abaixo sem qualquer tipo de freio. E economia não é um número, um índice, um percentual. Economia é um trabalhador colocando um prato de comida na mesa de jantar, com o dinheiro que recebeu por seu trabalho suado. Isso é a economia que é tratada na presente obra. Nada mais, nada menos.

Esses mesmos governantes, atuando com os outros medrosos que têm cargos públicos, usam o seu próprio medo para impor medo aos outros, gerando cenas revoltosas mostradas pela internet: prisões arbitrárias de transeuntes que estavam sozinhos em praias, determinando a retirada de bandeiras do Brasil das janelas dos veículos etc. Este último tem uma razão de ser: por ser um ato de apoio ao atual presidente, governadores estaduais, com raiva, inveja e, por que não, medo, mandavam seus agentes de segurança pública tirar tais bandeiras. Esses agentes deveriam prestar continência à bandeira, mas retiraram-nas. O medo dos governantes e dos agentes públicos em geral criaram comportamentos opostos ao que deveria ser feito.

As pessoas, com medo, foram mandadas para delegacias, nas quais os agentes de segurança autuavam por atos que não são crimes, para gerar mais medo. Como é impossível prender milhões ao mesmo tempo, prende-se apenas os primeiros, gerando um efeito manada, criado pelo medo humano de sofrer, o que por sua vez gera o comportamento de acatar e aceitar as opiniões ditatoriais de certos governantes. Mas para lutar contra isso, é necessário domar o medo, pois até a liberdade assusta.

CONTINUA … Leia o Capítulo 2

Por Marcio Pinheiro

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